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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

8 Bilhões em Estádios para tomar um 7X1. O Resumo Final dos Gastos da Copa. Confira o Absurdo!

No mundo democrático, pelo menos teoricamente, as pessoas têm liberdade de escolha. Enquanto uns vão aos estádios no domingo, outros preferem ir ao restaurante, ao jogo de vôlei, ao show musical ou ao shopping fazer compras.

Poucos concordariam que o poder público utilizasse o dinheiro dos contribuintes – que deveria ser investido em educação, saúde e saneamento básico – para bancar a construção de restaurantes, casas de show privadas ou shoppings. São empreendimentos particulares, que buscam lucro. Assim funciona o capitalismo. Se fosse diferente não seria capitalismo, seria comunismo ou outra forma de organizar a sociedade.

Da mesma forma, não justifica tirar recursos de áreas de primeira necessidade – o país não tem ensino integral, creches suficientes, hospitais, escolas públicas de qualidade – para construir estádios particulares e outras obras privadas só para atrair uma Copa do Mundo.


Dos 12 municípios que sediarão a Copa, nove receberam mais repasses federais para seus estádios do que recursos para a educação no período entre 2010 e setembro de 2013. O levantamento é da Agência Pública a partir de dados da Controladoria-Geral da União (CGU). E Curitiba está entre essas cidades.

A realidade é que o Mundial será caro e bancado quase exclusivamente pelo contribuinte. Dos R$ 8 bilhões investidos em estádios, apenas R$ 133,2 milhões não envolvem os cofres públicos.

Uma matéria publicada no jornal espanhol El Pais destaca que o Brasil chegará à Copa de 2014 como campeão de gastos em estádios. A matéria informa que no mundial da Alemanha (2006) foram gastos R$ 3,6 bilhões de reais para o mesmo número de estádios. Na África do Sul (2010) o valor aproximado foi de R$ 3,27 bilhões para 10 estádios.

Quando começou-se a falar em gastos com a competição no Brasil, o governo federal estimava em pouco mais de R$ 20 bilhões. Hoje beira os R$ 30 bilhões. E os cálculos mais realistas preveem um teto de R$ 35 bilhões. Desse total, pouco mais de 10% virá da iniciativa privada.

Os absurdos não param aí. O plano de segurança da Copa vai custar R$ 1,17 bilhão ao governo federal. Enquanto isso, mais e mais brasileiros morrem todos os dias não só nas cidades-sedes da Copa vítimas da falta de segurança. A cada minuto residências e estabelecimentos são assaltados e carros são roubados. As pessoas de baixa renda sucumbem por falta de atendimento médico-hospitalar.

Depois do Mundial deveria haver uma apuração rigorosa, de poderes independentes do Executivo, de todos os descaminhos com o Mundial (com a palavra o Ministério Público, em todas as suas instâncias). E, se confirmadas irregularidades, os governantes e outros responsáveis deveriam ser punidos com todo o rigor da lei.

Se metade do que está sendo gasto com a Copa fosse para educação, saúde, moradia, estímulo à produção e exportação, tecnologia e outras áreas, o país certamente estaria em melhor situação.


Com os custos investidos na reforma do Estádio Mané Garrincha, dá para construir 30 hospitais completos para atender a mais de 1 milhão de pessoas cada um.

Pesquisando na Internet, encontrei o artigo do Constâncio Viana e refiz alguns cálculos e atualizei informações, chegando à seguinte conclusão. Constâncio vasculhou alguns arquivos na internet e descobriu, em fontes bem confiáveis, que o custo médio para levantar uma estrutura hospitalar com cerca de 8.500m² de área construída, com todas as dependências necessárias para atender a uma população de 40 mil pessoas, com 160 leitos, sendo 12 para UTI, pronto-socorro, triagem, farmácia, cozinha, lavanderia, ou seja, com toda a estrutura necessária, custaria a preços normais sem superfaturamento ou desvios, R$ 14 milhões, já contabilizando os custos com central de ar condicionado, rede elétrica, telefônica, água e esgoto.

Com mais R$ 16 milhões, é possível comprar todos os equipamentos hospitalares, incluindo os mais modernos do mercado, como também todas as mobílias necessárias a um hospital.

O custo anual com a mão de obra concursada e terceirizada, incluindo médicos, enfermeiros, anestesistas, seguranças, recepcionistas etc., seriam mais R$ 32 milhões por ano (R$ 2,67 milhões ao mês), considerando o salário de mercado.

Resumindo: é possível manter um hospital de porte, com equipamentos de ponta por R$ 62 milhões no primeiro ano, atendendo a cerca de 600 pacientes por dia.

Só para fazer uma comparação simples, a reforma do Estádio Mané Garrincha, que agora querem mudar de nome, vai custar aos cofres públicos R$ 1,015 bilhão, tudo isso para atender as exigências da Fifa, e serão utilizados em 4 ou 5 jogos durante a copa do mundo. Depois disso, com o nível do futebol de Brasília (DF), duas coisas devem acontecer: ou o estádio vai virar um imenso elefante branco ou o governo vai passar para a iniciativa privada "de graça" a administração desse bilionário estádio, que se tornará uma casa de show nas mãos de algum amigo do governador.

Com esse valor, poderíamos construir mais de 30 hospitais, os quais atenderiam regiões com população de mais de 900 mil pessoas. Se construídos em locais de alta carência e concentração de pessoas, poderíamos atender a mais de 1,2 milhão de pessoas.

Estamos falando de custo de um único estádio, de apenas uma das dezenas de obras da copa (metrô, praças, aeroportos, ruas e avenidas, rodoviárias etc.).

Serão construídos e reformados 12 estádios (custos acima de R$ 7 bilhões). No total estimado, serão mais de R$ 25 bilhões de investimentos até a copa de 2014.

Lembramos que a arrecadação dos jogos da copa não paga 10% do investimento, o qual foi tirado da saúde, da educação, da segurança, etc..

É isso mesmo que você quer para sua cidade e para o seu País?

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